Uma concorrida sessão especial, na manhã desta sexta-feira (12), na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), reverenciou os 75 anos da Refinaria Landulpho Alves (Rlam), relembrando sua importância para o desenvolvimento da Bahia, momentos de lutas dos seus trabalhadores, além de ratificar a mobilização pela reestatização da empresa, privatizada em dezembro de 2021 pelo governo Jair Bolsonaro. O tributo – iniciativa do deputado Radiovaldo Costa (PT) – encheu o Plenário Orlando Spínola de representações de sindicatos de trabalhadores, não apenas do segmento de combustíveis, além de associações e movimentos sociais.
Durante a solenidade, quatro entidades ligadas às lutas dos trabalhadores da Rlam foram homenageadas com placas honoríficas, recebidas por seus respectivos representantes: Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras da Bahia (Sindipetro-BA), pela coordenadora geral Elizabete Sacramento; Associação dos Trabalhadores, Aposentados e Pensionistas da Petrobras e demais empresas ou Petroquímicas e de Refinação da Bahia (Astape-BA), pelo diretor Waldemar Gabriel; Associação Brasileira dos Anistiados Políticos do Sistema Petrobras e Demais Empresas Estatais (Abraspet), pelo presidente Raimundo Lopes; Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil de Candeias (Siticcan-BA), pelo diretor Lázaro Santos Ribeiro.
Um capacete de alumínio, utilizado pelos trabalhadores da Petrobras no início da empresa, foi colocado na mesa dos trabalhos pelo proponente, que explicou ser “relíquia histórica de mais de 70 anos, pertencente ao pai do companheiro Pedreira, que integrou o Conselho Nacional do Petróleo”. Em seu pronunciamento, Radiovaldo Costa relembrou greves históricas, como a dos governos João Figueiredo (1983) e de Fernando Henrique Cardoso (1995), reafirmou a importância econômica e social da Rlam como “mãe do desenvolvimento industrial da Bahia” e reverenciou a memória do ex-congressista e fundador e presidente do Sindipetro-BA, Mário Lima, “perseguido e preso pela ditadura militar”.
O petista, que é petroleiro, explanou sobre a importância da Bahia e da Rlam para o início da indústria do petróleo no país. “Até 1964 no Brasil, só tinha petróleo na Bahia; a Rlam foi a segunda maior refinaria do país, produzindo 330 mil barris/dia”, registrou. Segundo o deputado, as operações na refinaria já representou, no passado, 25% da receita do Estado da Bahia, denunciando o fraco desempenho operacional da atual Refinaria de Mataripe, administrada por um grupo árabe.
O secretário estadual de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Augusto Vasconcelos, corroborou com as observações do proponente da sessão, afirmando que os principais países não abrem mão de ter o refino, por questão de “soberania nacional, ao contrário daqueles que desmontaram o parque de refino do Brasil”, apontando os mesmos como os que carregaram bandeira dos Estados Unidos em pleno 7 de Setembro.
Segundo o coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, a subutilização da Rlam, sob administração privada, causa prejuízo aos cofres baianos, com a perda de mais de R$ 500 milhões por mês em arrecadação de ICMS. A coordenadora geral do Sindipetro-BA, Elizabete Sacramento, pediu empenho dos políticos baianos para a recompra da refinaria, retornando à Petrobras, fazendo um apelo para que a ALBA articule uma audiência com o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Também fizeram uso da palavra na sessão solene – que contou ainda com a exibição de vídeo sobre a fundação e história da Rlam – o vice-presidente da CUT-BA, Luciomar Machado; Anisvaldo Daltro, representante da Petrobras; e o presidente do Clube dos Petroleiros e Petroleiras (Cepe Salvador), Dejair Santana. Tiveram assento na mesa dos trabalhos a defensora Walmary Pimentel, representando a defensora pública geral da Bahia, Camila Canário; assessor da Secretaria estadual de Relações Institucionais, Marivaldo Dias; coordenador do Ceppetro e professor da Ufba, Lucas Valadares; presidente da Abraspet, Raimundo Lopes; diretor do Sindicato dos trabalhadores na Construção Civil de Candeias (Siticcan), Lazaro Santos Ribeiro; e a vereadora de Alagoinhas, Juci Cardoso.
Foto: JulianaAndrade/AgênciaALBA








