O governador Jerônimo Rodrigues (PT) externou preocupação com uma possível onda de demissões no setor industrial como consequência ao tarifaço de Trump, medida que deverá entrar em vigor a partir de 1º de agosto, conforme anunciou o presidente norte-americano.
Na última semana, Donald Trump decidiu, de forma unilateral, aumentar em 50% a tarifa dos produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos como forma de pressionar o Judiciário brasileiro a anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que responde, entre outros crimes, a tentativa de golpe de Estado.
“Não pode nenhum governante de um canto querer botar o pé ou mexer na panela dos outros. Cada um cuida do seu, essa é a regra da boa relação. Um presidente de um país querer se envolver, por exemplo, nas decisões da Suprema Corte de outro país, isso não existe. Nós conquistamos a independência do Brasil e não temos por que baixar a cabeça para nenhum outro país”, destacou.
Ainda de acordo com o chefe do Executivo estadual, “muitos empresários se prepararam para, por exemplo, exportar grãos, frutas, remédios, carne, exportar mel e peixes”. Ele seguiu dizendo que “nós temos agora contêineres parados nos estados brasileiros porque não temos condições. Você está indo por uma vertente planejada e de repente alguém deseja mudar a regra do jogo, no meio do jogo”, criticou.
Jerônimo também completou que outro agravante é a situação financeira dos empresários, que precisam do retorno sobre o capital investido. “Eu fico com muito receio de que as indústrias que exportam para os Estados Unidos possam demitir. Por que pode acontecer o que aconteceu no mensalão: ao invés de punir as pessoas que erraram, punir as empresas, o setor produtivo. O Brasil não merece isso. Os trabalhadores desses segmentos precisam ter a garantia de que nós não vamos ser penalizados”, frisou.
Foto: Política em Off
