Após o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), afirmar, esta semana, que a implantação da Tarifa Zero no transporte público da capital só seria possível se a União custeasse o subsídio de forma integral, o ex-vereador de Salvador e pré-candidato a deputado estadual Luiz Carlos Suíca (PT) defendeu a criação de um fundo de custeio com a participação da prefeitura e dos governos estadual e federal.
Segundo levantamento da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), em todo o país, 145 cidades oferecem gratuidade no transporte público. Dessas, 120 de maneira integral todos os dias da semana.
De acordo com Suíca, o transporte público em Salvador vive uma situação de colapso, agravada pelas altas tarifas da passagem de ônibus e precariedade na prestação dos serviços, sobretudo, nas áreas periféricas da cidade.
“É possível, sim, a criação de um fundo de custeio para transformar o transporte público de Salvador e entregar à população um serviço de qualidade. Enquanto muitas capitais oferecem gratuidade no transporte, Salvador somente oferece meia passagem aos domingos, mas isso por si só não atende aos anseios da população, principalmente a da periferia, que é a mais impactada com a diminuição e extinção de linhas de ônibus para áreas centrais da cidade”, afirmou Suíca.
O prefeito Bruno Reis alega que, hoje, o custo do sistema de Salvador é de R$ 1 bilhão e que a prefeitura investe cerca de R$ 90 milhões por ano, não tendo, portanto, recursos para cobrir o valor total.
Emendas Parlamentares
O pré-candidato a deputado estadual ainda defendeu que, num primeiro momento, sejam adotadas políticas públicas voltadas para os estudantes da rede pública de ensino. Ele ainda questionou o porquê da Prefeitura de Salvador não receber ônibus de transporte escolar via emendas parlamentares.
“Por que Salvador não recebe ônibus de transporte de estudantes via emendas parlamentares? Por que os ônibus são sempre destinados para o interior e não para a capital? Essa seria uma forma de você dar gratuidade a um menino da periferia. Se o menino do Alto do Cruzeiro tiver acesso ao transporte gratuito, vai ajudar muito não somente a ele, mas a toda família que não tem condições de arcar com o preço da passagem. E para que isso seja possível a prefeitura tem que adotar mecanismos de fiscalização, para que não haja um desvio de finalidade no uso desses ônibus”, pontuou.
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